A questão que envolve o debate sobre a diferença entre os termos "massagista" e "massoterapeuta", apesar de delicada, pois entra-se no âmbito de trabalho e atuação de muitos profissionais , sim, é necessária.
Nossa cultura ocidental, equivocadamente aprendeu a relacionar "espirito" com religião. Um grande e ingênuo engano. Nos conceitos orientais fala-se do sopro de vida, vento, etc... O conceito de espírito é livre e refere-se à energia vital capaz de suprir o corpo físico em suas necessidades permitindo-lhe andar por este mundo.
No Oriente, esta visão é natural ao ponto de seus terapeutas tradicionais não necessitarem de preocupação com este debate.
Num passado não muito distante aqui no Brasil, éramos acostumados a ouvir falar do "massagista", sendo muito comum a imagem de um homem sisudo fazendo massagens em jogadores de futebol.
Tempo depois, iniciou-se uma proliferação de "casas de massagem" pelo país todo, pois o segmento da prostituição viu neste cenário um poderoso fetiche ao imaginário dos homens. Surgiram inúmeras casas de massagem levando a profissão ao campo do sexual, do vulgar e da vulnerabilidade.
Órgãos oficiais, ligados à profissão, numa tentativa de proteger a área, adicionaram o sufixo "terapeuta" à palavra massagem. Nascia a MASSOTERAPIA.
O que é um massoterapeuta?
É o terapeuta do toque. Aquele que usa o toque como a sua principal ferramenta de trabalho de forma a alcançar resultados mais profundos.
Mas afinal, há uma diferença?
"...Todo ser humano é composto por uma gama de camadas, todas extremamente importantes entre sí, que são conhecidas como, físico, mental, emocional e energético (espiritual). Abrir a mente e deixá-la se expandir é muito importante.
O terapeuta deve abandonar sua visão religiosa e observar tudo de um ponto de vista mais rico e consciente. Ao tocar no corpo físico de um ser humano, estamos inevitavelmente, adentrando nos demais campos já citados.
Aceitar isso e fazer uma massagem com tal consciência, resumidamente falando, é o trabalho de um massoterapeuta. Saber que o atendimento inicia antes da maca e não se encerra simplesmente ao final da massagem, estendendo-se principalmente na conversação do pós-massagem que faz parte da Massoterapia.
Não ter esta consciência, fixando-se nos aspectos puramente físicos e dando atenção somente à eles, como se massagem fosse apenas um trabalho muscular, poderá sem dúvidas, prender o profissional ao termo massagista..."
Como disse anteriormente este debate é extremamente sensível e pode causar desconforto à ótimos profissionais capacitados em "tirar as dores físicas" de seus pacientes.
No entanto, devemos lembrar que o corpo físico é, por assim dizer, a última instância de uma manifestação humana. Nada que se manifeste no físico o faz sem antes ter passado pelos terrenos do emocional-mental e principalmente, espiritual.
Sendo assim, como profissional, corro o risco de dizer que a diferença entre ser massagista e massoterapeuta está no "estado de consciência" do terapeuta e em sua capacidade de atuar livre de dogmas e padrões pré-impostos.
Gilberto Cardoso
Massoterapeuta